SINPCRESP visita núcleos de perícia de Bauru, Araraquara e equipe de Jaú

Nos dias 21 e 22 de agosto, o Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP) deu continuidade à sua série de visitas técnicas às unidades de perícia do interior do estado, percorrendo os núcleos de Bauru e Araraquara, além da equipe de Jaú. As visitas fazem parte do cronograma estabelecido pelo sindicato para fortalecer o diálogo com os profissionais e avaliar as condições de trabalho em todo o estado.
Durante as visitas, o presidente Bruno Lazzari e o secretário-geral Claudemir Dias foram cordialmente recebidos pelos gestores responsáveis e demais integrantes das equipes. Os encontros proporcionaram não apenas o conhecimento das instalações físicas, mas também um diálogo direto com gestores e peritos atuantes, possibilitando uma compreensão mais aprofundada da realidade enfrentada nesses locais.
A diretoria do SINPCRESP constatou que diversos desafios são comuns entre os núcleos visitados, destacando-se o déficit de apoio administrativo, de fotógrafos forenses e equipamentos obsoletos. “A ausência de auxiliares administrativos tem forçado peritos, fotógrafos e desenhistas a acumularem funções que não fazem parte de sua atividade-fim, comprometendo significativamente a eficiência das rotinas periciais. Além disso, em alguns locais, a inexistência de profissionais dedicados à fotografia forense impõe aos peritos a necessidade de assumirem essa atribuição, reduzindo drasticamente o tempo disponível para a elaboração dos laudos técnicos”, observa o presidente do sindicato, Bruno Lazzari.
O secretário-geral do Sinpcresp, por sua vez, comenta que os computadores em uso são, em sua maioria, datados de 2014, com hardware e software desatualizados. “Essa condição não apenas compromete a segurança dos dados processados – por serem incompatíveis com as atualizações de segurança –, como também obriga os peritos a utilizarem seus equipamentos pessoais para a execução das atividades”, acrescenta Claudemir Dias.
Condições inadequadas de trabalho
Durante as visitas, foram observadas situações críticas como indisponibilidade de aparelhos de ar-condicionado; falta recorrente de materiais básicos (lacres, invólucros para vestígios); ausência de itens de higiene básica e reutilização de sacos plásticos para lacração de vestígios, comprometendo a integridade do trabalho pericial.
Situação crítica na informática forense
O Sinpcresp constatou, ainda, que os peritos responsáveis pela área de informática enfrentam sobrecarga extrema, com volume de demandas muito superior à capacidade de atendimento, a mesma realidade enfrentada pelos peritos do Núcleo de Informática da Capital. De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato, cada perito do NPI da Capital recebe mensalmente cerca de 38 peças para análise, quase o dobro da capacidade operacional considerada viável, estimada em 20 peças por mês. O acúmulo mensal de 18 peças por profissional gera um efeito "bola de neve" que, em um ano, pode resultar em mais de 200 itens pendentes por perito.
Nas unidades visitas, há casos em que o número de peças recebidas é o dobro do que seria razoável, resultando em acúmulo de trabalho e comprometimento da qualidade. “Um problema particularmente grave identificado foi o vencimento das licenças de softwares essenciais para o desbloqueio de aparelhos celulares. Esta falha compromete diretamente a investigação de crimes graves, como pedofilia e tráfico de drogas, uma vez que impede o acesso a informações sensíveis contidas nesses dispositivos. Embora a diretoria informe ser possível solicitar dilação de prazos, há peritos sendo judicialmente cobrados quanto à fundamentação desses pedidos – um cenário que já havia sido alertado pelo sindicato e que agora se concretiza”, observa Lazzari.
Durante as visitas, a diretoria do SINPCRESP também atuou na tentativa de mediar conflitos pontuais entre equipes e gestores, com o intuito de colaborar para a melhoria do ambiente de trabalho e das relações internas.
As informações coletadas estão sendo analisadas pela diretoria e os devidos questionamentos serão encaminhados aos responsáveis competentes, a fim de buscar soluções concretas para os problemas identificados. "Esses encontros são imprescindíveis para estreitar a relação entre o sindicato e os servidores e para, efetivamente, adotar medidas que melhorem as condições de trabalho dos peritos criminais", destaca Bruno Lazzari.
As visitas do sindicato prosseguem em setembro. Confira o cronograma:
04/09, 9h30 - EPC Piracicaba
04/09, 15h - NPC Americana
05/09, 9h - NPC Campinas
05/09, 15h - EPC Jundiaí
O sindicato reafirma seu compromisso com a categoria e continuará trabalhando incansavelmente para garantir que os peritos criminais do estado de São Paulo tenham as condições necessárias para desempenhar suas funções com excelência e segurança.