Reajuste proposto por Tarcísio é afronta aos profissionais da segurança pública

O Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP) manifesta seu repúdio ao Projeto de Lei Complementar encaminhado pelo governador Tarcísio de Freitas à Assembleia Legislativa, que prevê um reajuste irrisório de apenas 5% para os servidores da segurança pública. A medida expõe a incoerência de um governo que insiste em afirmar que investe e valoriza a área, mas não reconhece o trabalho de milhares de servidores que arriscam suas vidas para garantir a segurança de toda população.
É inadmissível que, diante de um estado que ostenta superávit em suas contas públicas, o governo opte por um reajuste que não chega sequer a recompor a inflação acumulada dos últimos dois anos, período no qual os policiais ficaram sem reajuste. “A alegação de Tarcísio de que os 5% cobririam a inflação precisa ser explicada: tal índice se refere às perdas de 2024, ignorando os efeitos da inflação que corroeu o poder de compra da categoria ao longo dos anos e que fazem com que o estado mais rico da federação tenha os piores salários para profissionais de segurança do Brasil”, comenta o presidente do SINPCRESP, Bruno Lazzari.
O Sindicato estranha, ainda, o fato de vários parlamentares, que antes criticavam os 5% de reajuste propostos pelo governo anterior, aplaudirem o reajuste pífio sob o argumento de austeridade.
Enquanto profissionais paulistas recebem uma proposta pífia, outros estados da federação tratam seus servidores com a dignidade e respeito que merecem. No Paraná e Rio Grande do Sul, onde os salários-base já ultrapassam os valores pagos em SP, os reajustes concedidos alcançaram 8%. No Distrito Federal, foi autorizado aumento de 37%. E não faltam exemplos país afora de políticas de valorização muito mais contundentes e efetivas.
A proposta do governo de São Paulo é, na prática, uma afronta a todos os profissionais que diariamente arriscam suas vidas e entregam excelência no combate ao crime. O discurso de priorização da segurança pública cai por terra diante do tratamento dispensado aos seus trabalhadores, forçados a conviver com salários defasados, falta de profissionais e reconhecimento apenas no discurso, nunca no contracheque ou nas condições de trabalho.
O SINPCRESP se compromete em continuar lutando por uma política salarial justa, compatível com o papel fundamental que os peritos criminais exercem na sociedade paulista. Não aceitaremos menos do que a verdadeira valorização e respeito que merecemos.