Perícias de 3 estados solucionam desaparecimento ocorrido há 22 anos
O trabalho em conjunto entre as perícias criminais dos estados do Amazonas, Rio Grande do Sul e Minas Gerais colocou fim a uma espera que já durava 22 anos para a família do menino Dalbertt Dalmas Nascimento Gondin, que desapareceu em setembro de 2000, na Praia do Tupé, em Manaus.
Mais de dois meses depois do desaparecimento, um crânio foi encontrado na Praia do Tupé. Naquela época essa tecnologia de identificação não estava disponível.
O caso só começou a ser elucidado após o lançamento, no ano passado, do projeto de Banco de DNA de familiares de pessoas desaparecidas. O programa coletou amostras de DNA de parentes de desaparecidos para serem comparados com material genético encontrado em todo o país.
Amostras de material genético da família do menino foram coletadas e analisadas por laboratórios dos três estados. Os exames confirmaram que fragmentos de um crânio armazenados por duas décadas em Manaus eram da criança.
A família do garoto, que na época do desaparecimento tinha 13 anos, relatou à imprensa que ele saiu de casa sem autorização dos pais e seguiu em uma embarcação até a Praia do Tupé, onde foi visto pela última vez.
Banco Nacional de Perfis Genéticos
O Brasil tem hoje quase 148 mil perfis genéticos armazenados na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). Essas amostras de DNA já foram utilizadas para ajudar a esclarecer 3.400 investigações criminais e ajudam a identificar 50 pessoas desaparecidas.
Esse banco é alimentado por 22 laboratórios espalhados pelo Brasil. São Paulo é o estado que mais envia amostras de DNA para o banco nacional, sendo responsável por 14,4% do total.
A maioria desses perfis (74,38%) se refere a amostras de condenados; 15,68% foram extraídas de locais de crimes e 4,47% vêm de referências de pessoas desaparecidas.
Em São Paulo, a Superintendência da Polícia Técnico-Cientifica coleta material de parentes de pessoas desaparecidas desde maio de 2021, quando foi lançada a “Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas”.