DNA absolve acusado injustamente e revela serial killer da UFMT

Um caso complexo que poderia ter terminado com a condenação de um inocente teve uma reviravolta na última terça-feira (23). Julho César da Silva, conhecido como “Boquinha”, estava sendo acusado pela morte de Marinalva Soares da Silva, 39, ocorrida em 27 de dezembro de 2020, em Cuiabá.
A acusação contra Julho só foi descartada após a atuação decisiva da perícia criminal, que analisou o material genético coletado no corpo da vítima, que também foi submetida à violência sexual, e concluiu que o DNA não pertencia ao acusado. Com isso, a Justiça determinou sua absolvição.
A investigação apontou o verdadeiro reú: Reyvan da Silva Carvalho. O homem já estava preso por outro caso de grande repercussão: o feminicídio e estupro de Solange Aparecida Sobrinho, ocorridos dentro do campus da UFMT em julho deste ano. Segundo a perícia, o DNA encontrado no corpo de Marinalva coincidiu com o perfil genético identificado na vítima Solange, o que levou à nova direção da acusação.
O episódio evidencia o papel essencial da perícia criminal na elucidação de casos complexos. Sem os recursos técnicos adequados, Julho poderia ter sido condenado injustamente, enquanto o verdadeiro autor do crime seguiria impune.
O presidente do SINPCRESP (Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo), Bruno Lazzari, comenta que este caso exemplifica a importância da perícia criminal para a Justiça e reforça a necessidade de investimento contínuo em equipamentos e tecnologias. “Quanto mais estruturada for a perícia, maior a garantia de que inocentes não sejam punidos e de que criminosos sejam devidamente responsabilizados”, comenta.