Tentativa de privilegiar militares une polícias paulistas contra projeto da SSP
Representantes das polícias Científica, Civil e Penal anunciam pauta unificada
Para tentar barrar o PLC 75/2023, que privilegia os militares na concessão de reajustes salariais, os sindicatos que representam as Polícias Científica, Civil e Penal se uniram e definiram uma pauta unica de reajuste salarial para apresentar ao Governador Tarcísio de Freitas.
Representantes das entidades se reuniram, na tarde desta quinta-feira (11) no auditório José Bonifácio, da Alesp, para definir as reivindicações a serem apresentadas para o Governo de São Paulo. Descontentes, os representantes das diversas categorias salientaram as incoerências do projeto de valorização policial que, de forma inédita, deixou de fora a Polícia Penal e apresentou índices de reajuste maiores para a Polícia Militar.
Por unanimidade, os sindicalistas consideraram injusta a exclusão da Polícia Penal, salientaram que o reajuste diferenciado prejudica muitas funções e aumenta a rivalidade entre as polícias, o que prejudica a segurança pública no estado. A proposta a ser apresentada pelos policiais prevê um reajuste unificado de 25% para todas as forças policiais.
O representante da Polícia Técnico-Científica, o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), Eduardo Becker, ressaltou que o aumento representa um impacto reduzido nas folhas de pagamentos do Estado. “Todas as polícias são igualmente importantes e desempenham um papel relevante na segurança pública, nada mais justo que todas sejam valorizadas da mesma forma, por isso defendemos um reajuste unificado”, afirma Becker.
O tesoureiro do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifuspesp), Alancarlo Fernet, lembra que o governo Rodrigo Garcia deixou R$ 32 bilhões em caixa em 2022. “Esse valor permite facilmente absorver os R$2,5 bilhões que o governo Tarcísio alega que serão gastos com o aumento das polícias esse ano”, comenta.
Esta é a primeira vez que as diversas categorias da Polícia Científica, Civil e Penal deliberam em conjunto uma pauta única. “Somente com a união da pauta e da luta de todas as polícias será possível alterar o projeto do governo”, afirma Fernet.
As entidades solicitarão ao governador Tarcísio uma reunião para apresentar a proposta, que inclui a criação de uma gratificação para os auxiliares administrativos das Polícias Civil e Penal, que sofrem por ter um salário inferior ao mínimo paulista, e que têm que ter seu salário complementado por bônus. A proposta permitirá assim a recomposição salarial desses profissionais tão necessários ao bom funcionamento das polícias