SINPCRESP participa de audiência pública para cobrar melhores condições de trabalho e reajuste salarial aos policiais do Estado
O vice-presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), Daniel Ricco, e outros diretores da entidade participaram, na manhã desta quinta-feira (10), da audiência pública “SOS Segurança Pública”, pela melhoria das condições de trabalho dos policiais civis e técnico-científicos do Estado de São Paulo. O evento aconteceu no auditório Teotônio Vilela, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
A audiência foi coordenada pela deputada estadual Adriana Borgo, que preside a Frente Parlamentar de Estudo e Pesquisa com Objetivo de Combater e Prevenir o Suicídio dos Profissionais de Segurança Pública. Diversos profissionais e representantes das entidades de classe das carreiras da Polícia Técnico-Científica e Civil puderam expor suas reivindicações. A principal delas e que abrange a todas as carreiras é a urgência de reposição salarial.
Daniel Ricco recordou que a Polícia Científica de São Paulo tem a maior demanda do país, mas, mesmo assim, seus servidores recebem um dos piores salários. “Se juntar todos os laudos expedidos nos outros estados do Brasil, não dá a quantidade expedida pela Polícia Científica de São Paulo”, afirmou. “No Congresso Nacional de Criminalística pudemos fazer uma tabela e os peritos criminais de SP, o estado mais rico da federação, recebem o terceiro pior salário, perdendo apenas para o Espírito Santo e Paraíba”, completou o vice-presidente do SINPCRESP.
Ele lembrou também que, para que aconteça o reajuste salarial e outras demandas sejam atendidas, é necessária vontade do próprio governador em valorizar os servidores do Estado. “O Governo sempre diz que não pode repor os salários por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal. Sabemos que tem a questão técnica e a responsabilidade fiscal, mas tem um fator muito importante que é ter vontade política de fazer. Espero que este governador não nos lembre seus antecessores nesta questão, pois é isto o que precisamos para ser atendidos: vontade política”, pontuou.
A convocação dos aprovados remanescentes do concurso de 2017 - para suprir um pouco o deficit de pessoal nas instituições - e maior investimento na Segurança Pública do estado, para oferecer melhores condições de trabalho aos profissionais, também foram pautas apresentadas durante o evento. “É preciso reajuste salarial, contratação dos remanescentes, pois falta efetivo, condições melhores de trabalho, menos assédio moral dentro das polícias e saúde mental aos servidores”, disse Adriana Borgo.
A diretora do SINPCRESP e perita criminal aposentada, Nanci Garcia, ainda defendeu a paridade e a integralidade aos policiais aposentados.
A enfermeira Greice Petronilho Prata Carvalho participou do encontro e falou do seu estudo sobre a rotina dos peritos criminais e fotógrafos que atuam no Núcleo de Perícias em Crimes contra a Pessoa, do Instituto de Criminalística de São Paulo. Durante quatro anos, ela vivenciou, por meio de entrevistas e acompanhamentos em cenas de crimes, todo estresse, pressão e violência a que as categorias da Polícia Técnico-Científica estão expostas e a necessidade de acompanhamento e auxílio psicológico aos servidores.
Ela ressaltou que “é importante que haja uma ação de prevenção à saúde mental deles no sentido de promover e, ao mesmo tempo, gerar uma linha de triagem sustentável, no qual os futuros profissionais que entrarem sejam alocados de acordo com suas atribuições. Dentro do IC há vários laboratórios e cada um poderia ser alocado de acordo o perfil e aptidões do profissional. Nem todos estão preparados para lidar com a morte violenta que atinge direta ou indiretamente estes trabalhadores”, sugeriu a pesquisadora.
A audiência contou ainda com a participação dos diretores do sindicato, Paulo Barrichelli, Camila Guedes e Paulo Montanhero, e de entidades que representam diversas outras carreiras, como papiloscopistas, auxiliares de papiloscopistas, delegados, investigadores, escrivães, além de grupos da sociedade civil.