Em jogada eleitoreira, Alckmin reajusta salários em 4%
Em ano de eleição vale tudo para ganhar a opinião pública. Até mesmo divulgar o reajuste irrisório que o funcionalismo público do Estado receberá, de 4%, frente aos 5% de aumento da arrecadação previsto para 2018 e aos mais de 50% de perda de poder de compra enfrentados por estes mesmos profissionais, visto que estão desde 2014 sem nenhum tipo de correção salarial, nem mesmo pela inflação.
“O governador diminuiu a verba destinada à Polícia Técnico Científica em relação a 2017 e nos ofereceu um reajuste pífio, depois de anos de defasagem salarial”, diz Eduardo Becker, presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP). Para ele, o poder de compra da categoria diminuiu pelo menos 50% nos últimos quatro anos, com toda a falta de reposição salarial.
Para que este reajuste – 1º desde o início do atual mandato de Geraldo Alckmin, em 2015 - tenha efeito, é necessária sua aprovação na Assembleia Legislativa. Diversas categorias contempladas com o “aumento” se manifestaram com incredulidade frente ao absurdo da situação. Hoje, os salários de algumas carreiras da Polícia Civil e da Polícia Técnico Científica do Estado de São Paulo já são os mais baixos de todo o país. Mesmo o governador admite o disparate dos valores anunciados. Em entrevista coletiva, Alckmin admitiu o desequilíbrio acumulado e jogou a culpa na queda da receita líquida nos anos de 2014, 2015 e 2016, classificando o período como “duríssimo”.
Para o professor de Administração e membro do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) Rafael Alcadipani, o reajuste geral anunciado pelo tucano "não recompõe as perdas inflacionárias ao longo destes anos" e "só reforça essa maneira eleitoreira de fazer política de um candidato a presidente”. Para ele, “é uma irresponsabidade monumental tratar os funcionários públicos desta forma, como mero joguete eleitoral, depois de deixar que eles perdessem poder de compra ao longo desses anos todos".
O SINPCRESP repudia este tipo de atitude, recorrente no governo Geraldo Alckmin, onde é promovido o constante sucateamento da Polícia Científica e o recorrente desestímulo aos peritos criminais do estado mais rico do Brasil.