SINPCRESP repudia fala do deputado Olim sobre peritos


O deputado Delegado Olim (PP), em manifestação durante a votação na Alesp do PLC 75/2023 na noite de ontem (23), voltou a desqualificar o trabalho de peritos criminais e de médicos-legistas para defender os interesses da categoria que representa.

O deputado voltou a afirmar que é inadmissível que “o delegado de polícia, que é o chefe da Polícia Civil, vir depois (leia-se: ter o menor salário) do perito criminal e do médico-legista”.

Mais que desmerecer a relevância do trabalho dos peritos criminais e dos médicos-legistas, a fala do deputado traz o desconhecimento de que as profissões citadas têm, tal qual a do delegado, a incumbência de dirigir a Polícia Científica.

Assim como os delegados são a carreira que chefia a Polícia Civil, os peritos criminais e médicos-legistas são as carreiras que dirigem a Polícia Científica.

Desmerecer a relevância da Polícia Científica para o processo criminal e judicial é inaceitável. O trabalho desenvolvido por peritos criminais e médicos-legistas é indispensável para a elucidação de crimes e para a Justiça.

A fala do deputado também é descolada da realidade quando afirma que as duas carreiras têm um salário maior que a do delegado. Queremos acreditar que Olim tenha esquecido que delegados recebem uma gratificação chamada Adicional por Direção da Atividade de Polícia Judiciária (ADPJ), que acresce entre R$ 3,1 mil e R$ 4,6 mil os salários dos delegados.

Peritos e legistas não recebem qualquer tipo de gratificação. Considerando esses adicionais e gratificações, que a SSP paga tanto aos delegados quanto aos oficiais de alta patente da PM, veremos que a menor remuneração de carreiras que exercem cargo de direção é justamente a dos peritos criminais e médicos-legistas.

Para finalizar, vale ressaltar que, com o novo reajuste, o perito criminal no topo da carreira receberá, em média, um salário 16% inferior ao do delegado e do coronel da PM. Se tem alguém que está sendo prestigiado por esse projeto, não são os peritos criminais e os médicos-legistas.

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