SINPCRESP promove curso para peritos criminais sobre extração e análise de celulares


O Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP) promoveu um workshop, na última terça-feira (30), sobre a plataforma UFED da Cellebrite, com o tema “Extração e análise de celulares – dicas, conceitos avançados e o futuro da tecnologia móvel”. Cerca de 20 peritos criminais associados participaram do evento, realizado em parceria com a TechBiz, na sede do SINPCRESP, na Capital.

O presidente do sindicato, Eduardo Becker, comentou sobre a importância do workshop, que trouxe informações sobre a utilização de equipamentos nas perícias que já estão disponíveis nas unidades do estado e daqueles que podem ser adquiridos futuramente. “Algumas pessoas podem entender que estar promovendo este curso é uma função do Estado, mas como isso nem sempre ocorre, o sindicato tomou a iniciativa porque vemos neste evento algo muito importante, que é trazer conhecimento para o perito, evitando com que ele sofra qualquer tipo de prejuízo em sua função e, até mesmo, possíveis questionamentos administrativos e jurídicos. Contudo, o principal objetivo é trazer conhecimento para que possam desenvolver melhor o seu trabalho e, assim, melhorar a prestação de serviço à população. E a oportunidade que a empresa TechBiz Forense está ofertando em ao realizar treinamento dedicado aos peritos criminais é algo inestimável para o profissional.”, avaliou.

Alguns dos tópicos abordados durante o dia foram a extração de dados de telefones, GPS e drones; levantamento dos aparelhos com maiores dificuldades; novos dispositivos com previsão de serem adicionados na ferramenta; problemas com extração de Motorola; possibilidades de extração em aparelhos com defeito (Jtag ou ChipOff); o laboratório no Brasil de desbloqueio (CAS – Cellebrite Advanced Services); entre outros. O curso foi ministrado pelo consultor forense da TechBiz, Robert Henrique Ferreira e pelo analista de suporte com foco em dispositivos móveis, Patrick Preslen de Almeida Oliveira.

Alex Cuzziol, perito criminal do NPC de São José dos Campos, pontuou que a falta de formação pode prejudicar no trabalho do perito criminal. “Ser autodidata com essas ferramentas pode acabar deixando passar algumas informações importantes, por isso, saber o máximo sobre a sua utilização é essencial. Uma formação mais completa possibilita com que o inquérito ou o processo judicial utilize o nosso trabalho da melhor maneira, trazendo resultados mais eficientes e que ajudem na investigação e na decisão final, tanto de acusação como de absolvição”, afirmou.

A perita criminal da EPC de Taboão da Serra, Barbara Helen Cortat Santos, avaliou a sua participação no workshop. “É uma forma de se atualizar. Acho interessante, pois vem de perito para perito e eles (do sindicato) sabem o que a gente precisa e dão este suporte”. Barbara, que também participou do curso de drones oferecido pelo SINPCRESP, em fevereiro, falou da influência prática destas formações. “São coisas atuais que fazem parte do nosso dia-a-dia. A gente vai encontrar o tempo inteiro um drone ou um celular mais moderno em que não sabemos como extrair os dados, por exemplo, então vem a importância dessa atualização. Que bom que temos o sindicato para fazer isso, embora não seja a sua função primária. Como resultado, a gente entrega um serviço de maior qualidade para a população, que fica mais satisfeita e valoriza mais o nosso trabalho”.

Também participaram do workshop servidores das unidades de Campinas, Piracicaba, Santos, São Bernardo do Campo, Barueri, São José do Rio Preto, Jacareí e Itanhaém. Da Capital, estiveram presentes peritos das unidades de São Matheus, Leste e da Patrimônio.

Veja também a breve entrevista que o consultor forense da TechBiz, Robert Henrique Ferreira nos deu:
Quais são os setores com que vocês mais trabalham este tipo de produto, para extração de celulares?
Robert Henrique Ferreira: “Geralmente são órgãos de forças da lei, como o Ministério Público, Polícia Militar, Civil, Federal, Técnico-Científica e setores de inteligência, como o da Polícia Rodoviária Federal, por exemplo. A gente também atende algumas grandes empresas da área, como Deloitte, KPMG, entre outras que têm esse tipo de necessidade”.

- Qual a importância de um curso como este para os resultados oferecidos no trabalho diário dos peritos criminais?
Robert Henrique Ferreira: “Na minha visão particular, um produto como este é algo de extrema importância visto que muitos aparelhos chegam às delegacias bloqueados, então, é necessário quebrar a senha do dispositivo para ter acesso aos dados. Consequentemente, sem um equipamento - como este apresentado aqui - para prover a solução, não é possível avançar na investigação. Além do produto possibilitar quebrar a senha, ele permite extrair dados de aplicativos que são criptografados como WhatsApp, Viber, Facebook Messenger, entre outros. Assim, te dará uma visão mais ampla das situações, ao gerar relatórios customizados e entregando laudos muito mais completos e com dados mais enriquecidos, fomentando ainda mais a investigação e, consequentemente, auxiliando diretamente na solução de diversos casos encontrados no dia-a-dia do perito”.

- E compreender a tecnologia é cada dia mais necessário...
Robert Henrique Ferreira: “Sim, até porque hoje estamos aqui falando da melhor solução que existe no mercado, que tem presença em mais de 60 países e que faz quebra de senha de qualquer dispositivo Apple, Samsung e de outros. Enfim, estamos provendo uma vasta solução de produtos, não só para a parte de extração, mas também a de análise, decodificação e diversos outros setores.”

- O que você pensa sobre um sindicato tomar a iniciativa de prover este tipo de workshop?
Robert Henrique Ferreira: “É uma iniciativa louvável uma vez que sabemos os problemas que o governo vem enfrentando. Quando um sindicato toma a frente deste tipo de situação, querendo resolver um problema e entendendo que existe uma demanda que não está sendo suprida, eu acho totalmente válido e muito interessante trazer cursos e palestras que sempre vão enriquecer o dia-a-dia do profissional e ajudar a esclarecer dúvidas que surgem, mas que com o atendimento de um suporte, muitas vezes, você não tem o mesmo resultado do que entender o problema e trazer a solução pessoalmente que, na minha opinião, funciona muito melhor”.

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