Servidores denunciam atendimento precário no IAMSPE


Servidores de São Paulo continuam denunciando a baixa qualidade do atendimento oferecido pelo IAMSPE na Capital. Segundo denúncias recebidas pelo Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), falta psiquiatra no plantão no Hospital do Servidor, o que ocasiona a demora no atendimento de casos emergenciais. “Eu precisei de atendimento de emergência por causa de uma forte intoxicação, fui levada para o PS por um amigo porque não conseguia me locomover e ainda assim tive que passar a noite em uma sala de espera porque não havia um psiquiatra no plantão. Cheguei por volta das 19 horas e só fui atendida por volta das 9h do dia seguinte”, comenta uma servidora. 

A servidora conta que, apesar de estar se sentindo mal, teve que esperar por 12 horas em uma cadeira até o dia seguinte. “É uma situação absurda porque contribuímos com 3% do nosso salário bruto e o atendimento oferecido é sofrível”, comenta. 

A policial conta, ainda, que o tratamento psiquiátrico oferecido pelo IAMSPE também tem falhas. "Eu trato uma depressão há anos. Quando morava no interior tinha convênio porque o atendimento lá era muito deficitário. O psiquiatra que me atendia pelo convênio fazia acompanhamento a cada 40 dias. Quando mudei para a Capital e passei a usar o IAMSPE, marcaram o retorno para 6 meses. É uma disparidade muito grande, o IAMSPE está sendo sucateado por falta de aporte financeiro do Estado", afirma.

A contribuição para o IAMSPE é compulsória aos servidores da ativa. “Se o aposentado ou pensionista quiser deixar de pagar para custear outro convênio, por exemplo, deve requerer administrativamente a exclusão do IAMSPE”, explica o presidente do SINPCRESP, Eduardo Becker. 

O SINPCRESP, que participa da Comissão Consultiva Mista do IAMSPE, recebe constantes reclamações sobre a qualidade do atendimento prestado pelo Instituto e as encaminha para a comissão. Entre as reclamações recebidas estão a de falta de disponibilidade para a realização de exames de imagem para os servidores da região de Campinas e, na região de Rio Preto, há reclamações de que o IAMSPE não cobre partos. 

Segundo Becker, as deficiências no atendimento decorrem da falta de investimento paritário no órgão público. “A maior parte do custeio do IAMSPE fica com os servidores. Para se ter uma ideia, o governo destinou apenas R$ 700 milhões para todo ano de 2023”, observa.

Defesa parlamentar
O presidente do sindicato participou, em maio, da criação da Frente Parlamentar em Defesa do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE). A Frente tem como objetivo cobrar soluções por parte do governo de São Paulo dos problemas relatados pelos servidores.

Para denunciar problemas no atendimento, os servidores devem entrar em contato com o SINPCRESP (e-mail sinpcresp@sinpcresp.org.br). O Sindicato encaminhará as denúncias à CCM e à Frente Parlamentar para cobrar melhorias no atendimento médico prestado aos contribuintes.

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