Peritos Criminais fazem Palestra sobre a profissão para alunos de escola pública


O perito criminal Ivan Ribeiro Candeias, Secretário Geral do SINPCRESP; a chefe da Equipe de Perícias Criminalísticas de São Matheus, Gabriela Malta, e o Fotógrafo Técnico-Pericial da mesma EPC, Maurício do Nascimento, conversaram com alunos do 8º e 9º anos da Escola Estadual Professor Paulo Novaes de Carvalho, no Tatuapé, sobre o trabalho da Polícia Técnico-Científica.

Desde 2022, a perícia criminal é uma das disciplinas eletivas que os estudantes da rede pública podem cursar. De acordo com Candeias, o ensino sobre a perícia criminal e as ciências forenses é importante para os jovens poderem conhecer a profissão. “É interessante ter esse contato mais prático, mais realista da função, já que, em filmes e séries, o processo não é tão realista quanto parece. Assim os alunos interessados podem refletir e conhecer melhor sobre o trabalho na Polícia Técnico-Científica”, conta.

O perito criminal explicou, durante a palestra, como surgiu a Polícia Técnico-Científica, falou sobre os requisitos para atuar na área e sobre como é o trabalho de campo e nos laboratórios dos profissionais do Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal. “Temos, trabalhando nos quadros da perícia criminal, biólogos, matemáticos, físicos, químicos, dentre outras profissões. Portanto, é importante estudar muito e cursar uma faculdade adequada se decidir ser perito criminal”, disse.

A perita e chefe da EPC São Matheus levou equipamentos para a sala de aula, para demonstrar um pouco do trabalho de campo. “O perito criminal faz uma série de verificações e testes em um caso, o que pode levar um tempo considerável. Fazer um laudo de perfil genético a partir de um vestígio de DNA é um trabalho que parece simples, mas quando fazemos o envio de dezenas de amostras deste DNA, por vezes cortadas de tecidos ou em quantidades muito pequenas, o processo de análise nos laboratórios pode se tornar lento. Isso sem falar da alta quantidade de casos que uma unidade atende em um dia inteiro, o que resulta numa quantidade gigantesca de amostras diversas encaminhadas aos laboratórios”, detalha.

Durante a conversa com os estudantes, os profissionais comentaram crimes que tiveram repercussão na mídia e que foram solucionados por meio do trabalho da perícia criminal, como o caso do assassinato da menina Isabela Nardoni; o Maníaco do Parque e o assassinato da advogada Mércia Nakashima. “Na maioria desses casos, houve semanas de investigação. Muitas evidências são invisíveis para pessoas comuns, mas não para o perito. Em nossa profissão precisamos ter a curiosidade de saber tudo o que aconteceu em cada situação e a resiliência de continuar pesquisando até que os casos sejam resolvidos”, resume o Secretário Geral do SINPCRESP.

Empolgação
Os estudantes fizeram inúmeras perguntas aos peritos, questionando-os sobre os casos mais difíceis em que atuaram; os mais chocantes e quais as diferentes áreas de atuação da carreira. O momento mais empolgante do encontro ocorreu quando os profissionais mostraram os equipamentos constantes das maletas periciais, além de demonstrar, na prática, como as impressões digitais das pessoas ficam marcadas em determinados locais e como são "recuperadas" com os equipamentos e métodos adequados. Dois alunos foram convidados a marcar as mãos em folhas brancas e os policiais demonstraram como a impressão digital pode ser colhida.
“A interação com os alunos foi muito produtiva. Eles puderam tirar dúvidas e conhecer melhor nosso trabalho. Creio que até estimulamos alguns dos participantes a quererem seguir carreira profissional na Polícia Técnico-Científica”, completa Candeias.

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