Peritos criminais falam sobre a profissão para alunos de escola pública na Capital


Peritos criminais do Estado de São Paulo apresentaram aos alunos dos 8º e 9º anos da Escola Estadual Professor Salvador Rocco, localizada no bairro Carrão, na Capital Paulista, o trabalho desenvolvido pela Polícia Técnico-Científica e a atuação da perícia criminal. Entre os especialistas presentes estavam Ivan Ribeiro Candeias, secretário-geral do SINPCRESP; Gabriela Malta, chefe da Equipe de Perícias Criminalísticas de São Mateus; e Carlos Augusto Libano, Fotógrafo Técnico-Pericial da mesma equipe.

Desde 2022, a perícia criminal é uma das disciplinas eletivas oferecidas pela rede pública de ensino. Candeias destacou a importância do ensino sobre as ciências forenses, afirmando que estas atividades permitem aos alunos conhecerem na prática o trabalho dos peritos e refletirem sobre a possibilidade de atuarem nesta profissão. “Com essas atividades, os alunos têm a oportunidade de entender melhor nosso trabalho e ponderar sobre a carreira de perito criminal”, explicou.

Durante a palestra, os peritos explicaram sobre a origem da Polícia Técnico-Científica, as áreas de estudo essenciais para a carreira e o trabalho de campo. “Nutricionistas, biólogos, matemáticos, físicos e químicos são apenas algumas das profissões que podem se especializar em perícia criminal. Por isso, é fundamental estudar bastante e escolher um curso superior adequado se o objetivo é se tornar um perito criminal”, orientou Candeias aos estudantes.

Gabriela Malta e Carlos Augusto Libano levaram equipamentos de trabalho para a sala de aula, demonstrando seu uso prático no cotidiano dos peritos. “A digital é a evidência mais comum, pois nossa biometria é única e nossos dedos são naturalmente oleosos. Existem equipamentos que podem revelar digitais, fluidos corporais e até vestígios de sangue. Mesmo que o responsável pelo crime tente limpar o objeto, é possível identificar rastros com os equipamentos de perícia”, explicou a chefe do EPC São Mateus durante a apresentação.

Os profissionais também mencionaram casos de crimes que ganharam destaque na mídia e foram solucionados pelo trabalho da perícia criminal, como o assassinato de Isabela Nardoni, o caso do Maníaco do Parque e o assassinato da advogada Mércia Nakashima. “Nossa profissão exige curiosidade para investigar o que aconteceu em cada caso e resiliência para continuar a pesquisa até que os crimes sejam solucionados, o que pode levar tempo”, concluiu o secretário-geral do SINPCRESP.

Dúvidas e mais dúvidas
Os estudantes fizeram várias perguntas aos peritos, abordando casos fora do comum, os riscos da profissão, o motivo pelo qual peritos criminais também portam armas e a possibilidade de pessoas com deficiência (PCDs) ingressarem na carreira.

Em uma atividade interativa, dois alunos se voluntariaram para depositar suas digitais em uma folha de sulfite, utilizando pó magnético para a 'coleta' do vestígio. Outro momento que despertou grande interesse foi a análise de digitais com uma lupa. “A interação com os alunos foi excelente. Encerramos apenas porque o tempo da aula havia acabado. Eles demonstraram muito interesse por situações do cotidiano, e acredito que conseguimos esclarecer várias dúvidas sobre a Polícia Técnico-Científica”, finalizou Candeias.

  

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