Perita Criminal aposentada e professora da PUCCamp destaca a importância da perícia criminal e dos cuidados no manuseio de produtos de limpeza
Em entrevista à rádio CBN de Campinas, nesta semana, a perita aposentada, bioquímica e toxicologista da PUC Campinas, professora Silvia Casenavi, abordou o risco de intoxicação pela mistura de substâncias, tendo como tema a intoxicação de alunos que inalaram cloro em uma academia da região. Uma pessoa morreu e outras duas estão em estado grave.
Durante a entrevista, a perita alertou sobre o risco de intoxicação também na manipulação de produtos de limpeza doméstica, mesmo nas substâncias mais comuns, do dia a dia. Lembrou ainda que, em casa, os produtos são diluídos, mas ainda assim são casos frequentes de intoxicação por conta da reação à misturas. Já em níveis industriais, as concentrações são ainda maiores.
A perita ressaltou que, em muitas situações, não é necessário sequer o contato físico para a liberação de gases tóxicos, que podem causar grandes danos ao serem aspirados. “Esses gases são extremamente oxidativos, causam irritação intensa e edema no pulmão”, explicou. No caso da academia ainda não foram divulgados quais produtos foram misturados e levaram ao acidente. Com a perícia, será possível saber uma série de coisas, como onde foi deixado o material, se estava no ambiente ou na água, e o motivo que levou à liberação de gases.
O depoimento da perita aposentada lembra o quanto são fundamentais as pericias criminais para a elucidação de inúmeras ocorrências, sejam elas com vítimas fatais ou não. É por meio da perícia que se pode concluir se em situações como a ocorrida na academia se deve a um despreparo, se houve intenção ou se foi apenas imperícia.
Muitas pessoas desconhecem a importância das atividades realizadas pelo perito criminal, até mesmo a existência da terceira polícia estadual, a Polícia Técnico-Científica, que é formada por perito criminal, médico legista, auxiliar de necropsia, atendente de necrotério, desenhista e fotógrafo pericial, que estão distribuídos no Instituto de Criminalística (IC) e Instituto Médico Legal (IML).
Toda situação de possível crime ou delito requer a atuação da Polícia Técnico-Científica, seja nos crimes contra a vida, nos acidentes de trânsito com vítimas ou em crimes ambientais, como por exemplo a queda de uma árvore.
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