Nota do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo


Ao contrário do que afirmou o deputado Delegado Olim (PP) à reportagem da Folha de São Paulo publicada nesta quinta-feira (4/5), os peritos oficiais de natureza criminal, carreira composta por perito criminal e médico legista, não terão os salários mais altos que os dos delegados de Polícia Civil. “Com o novo reajuste, o perito criminal no topo da carreira receberá, em média, um salário 30% inferior ao do delegado e do coronel da PM. Se tem alguém que está sendo prestigiado por esse projeto, não são os peritos criminais”, explica o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), Eduardo Becker.

O cálculo do deputado ignora o Adicional por Direção da Atividade de Polícia Judiciária (ADPJ) que os delegados recebem. “Essa gratificação varia entre R$ 3,1 mil e R$ 4,6 mil. Se contabilizar o salário-base com as gratificações, a remuneração dos delegados é bem maior que a dos peritos, que não recebem nenhum adicional semelhante. Se analisarmos todos os adicionais, veremos que a carreira de perito criminal é a que tem o menor salário, se comparado à da Polícia Civil e a dos oficiais da Polícia Militar”, afirma o vice-presidente do sindicato, Daniel Ricco.

O vice-presidente do SINPCRESP pondera que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) é formada por três polícias e que, hierarquicamente, os delegados da Polícia Civil, os oficiais da Polícia Militar e os peritos criminais da Polícia Técnico-Científica estão no mesmo nível de comando. “Esse projeto reduziu um pouco a diferença entre o salário dos delegados e o dos peritos, mas os delegados continuam em uma faixa salarial maior, assim como os oficiais da PM, que também recebem adicionais. Os peritos criminais são, na verdade, a categoria com a menor remuneração entre as carreiras de comando das três polícias”, afirma Ricco.

Diretora de Comunicação do SINPCRESP, Camila Guedes, lembra que uma das intenções do governo, ao apresentar o plano, seria equalizar os salários das polícias. “O Secretário de Segurança, Guilherme Derrite, falou em uma live que almejava promover equidade entre as remunerações de oficiais da PM e delegados. Entretanto, nestes momentos ele não citou os peritos, que comandam a terceira polícia do Estado, a Polícia Técnico-Científica. Nós ficamos de fora disso, e essa proximidade salarial é justamente uma das nossas reivindicações mais antigas e uma das prioridades do SINPCRESP. Apesar de reconhecermos e agradecermos o esforço do secretário na valorização das carreiras policiais, ainda aguardamos uma oportunidade para expor nossos projetos, visando o equilíbrio remuneratório entre as polícias”, completa Camila.

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