Denise Rivera comenta avanços da perícia criminal no Rio de Janeiro
A perita criminal Denise Rivera deixou o comando da Assessoria Especial de Polícia Científica da SEPOL do Rio de Janeiro depois de 1 ano e 8 meses em uma gestão que reformulou a Polícia Técnico-Científica no Estado. Ela quebrou uma hegemonia de muitos anos em que a Polícia Científica era administrada por profissionais não especializados. A volta de uma perita de carreira na gestão demonstrou a importância de colocar no cargo profissionais que entendam as necessidades da perícia criminal.
Denise buscou ajuda parlamentar para melhorar as condições de trabalho dos servidores. Conseguiu recursos por meio de emendas parlamentares, que permitiram a implantação de uma série de projetos que melhoraram o serviço prestado pela instituição. “Um dos primeiros atos foi visitar todos os postos para conversar com os servidores para entender a realidade e as demandas de cada lugar. A gente não consegue que todos vistam a camisa da entidade se não investirmos na valorização do servidor. Buscamos verbas parlamentares para colocar dormitório e mobiliário adequados. A pessoa tem que estar bem para produzir”, afirma.
Outro investimento feito foi na formação dos gestores de cada Posto Regional de Polícia Técnica e Científica (PRPTC). “Os diretores e vice-diretores estão fazendo MBA em Gestão e isso vai ser revertido em melhorias para todos. É bom para o desenvolvimento do profissional e melhor ainda para o ambiente de trabalho para todos os servidores liderados por eles”, acredita Denise.
A implantação de um controle de estoque também trouxe benefícios para o desempenho do trabalho. “Parece simples, mas colocamos para funcionar um controle de estoque para cada posto. Assim, cada um informa o quanto gastou de insumo e a secretaria sabe exatamente quanto material precisa repor e quando. Isso evita que falte material de trabalho”, comenta a perita.
Ciclo fechado
Sua atuação forte em defesa da categoria culminou com a criação da Superintendência da Polícia Técnico-Científica. “Com isso, percebi que minha missão tinha sido completada”, afirma, explicando a decisão de pedir exoneração para se dedicar às atividades no Conselho de Ética da Associação Brasileira de Criminalística (ABC).
Dentre as conquistas mais importantes para a perícia no estado, Denise destaca:
Cadeia de Custódia:
Aquisições de equipamentos para segurança e monitoramento e adequação de ambientes da “Cadeia de Custódia do Vestígios” no Departamento de Polícia Técnico-Científica.
Fortalecimento dos serviços forenses realizados pela SEPOL por meio da aquisição de mobiliário e equipamentos especializados de perícia, como o Verificador de Autenticidade de Documentos, o equipamento de Detecção Eletrostática, o Laboratório Móvel e a Cabine de Biossegurança para modernização do Serviço de Perícias de Documentos (SPD) do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).
Revitalização da perícia:
Aquisições de equipamentos eletroeletrônicos, de informática, mobiliário em geral e solução forense para extração e análise de dados em dispositivos móveis.
Ajuste ICCE/LGPQ (Laboratório Geral de Perícia de Química):
Aquisição do Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência (LC/HPLC) com dois detectores, sendo um Detector de Arranjo de Diodos (DAD) e o outro Detector de Fluorescência (FLD) e do Espectrômetro de Fluorescência de Raio-x por Energia Dissipativa (ED-XRF).
Estande de tiro:
Implantação de um estande de tiro, equipamento composto por um container modular, que proporcionará um ambiente adequado, seguro e eficaz para realização de diversos testes balísticos com armas de fogo e munição, dentre eles: teste de eficácia de armas de fogo, coleta de padrões em balística, teste de distância de tiro, teste de segurança e teste de tiro acidental.
Quatro metas para a Polícia Científica:
-Microcomparador balístico
-CSIProSmartphone
-Modernizar e estruturar o Serviço de Perícias de Engenharia – SPE do ICCE
-Aquisição de importante material de consumo utilizado para o levantamento de vestígios de impressões digitais nas cenas de crimes para o IIFP.
ForenScope Contactless Fingerprint:
Aquisição de Equipamentos tecnológicos para fotografia sem contato em perícia papiloscópica em locais de crime.
Sala Lilás:
Estruturação da Sala Lilás, com aquisição de equipamentos e insumos, visando a humanização de espaços para atendimento de mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência sexual e física.
Merceologia em Joias e Gemas:
Estruturação e Inovação do Laboratório de Análises Forenses em Joias e Gemas do Serviço de Perícias de Merceologia (SPMJ) do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro (SEPOL), através da aquisição de equipamentos forenses básicos para exames de avaliação merceológica.
LGPQ – MEV:
Modernização das perícias de resíduo de disparo de arma de fogo do Laboratório Geral de Perícias Químicas (LGPQ) do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), através da aquisição do instrumento MEV/EDS (Microscópio Eletrônico de Varredura – MEV), com imagens produzidas por elétrons retro espalhados (ERE), microanálise química qualitativa com medida de energia dispersiva), o que viabilizará a execução de exames robustos, sensíveis e específicos.
Projeto Minha Aurora:
Aquisição de microscópios de laboratório, de bancada, conforme termo de referência, representando grande otimização nas investigações de crimes de estupro e máxima eficácia dos exames realizados no interior do estado do Rio de Janeiro, assegurando assim os direitos fundamentais das vítimas de abuso sexual.
Tablet Forenscope 4K Compact:
Aquisição de equipamento de tecnologia de ponta, denominado Tablet Forenscope 4K Compact, conforme Termo de Referência (SEPOL/DGPTC/IIFP), potencializando a perícia papiloscópica no estado do Rio de Janeiro, aprimorando por meio de uma tecnologia mais moderna, a detecção, captura e fotografia de vestígios de impressões digitais deixados em locais de crime, no intuito de descobrir a autoria de crimes praticados.
Toxicologia – IMLAP:
Aquisição de equipamentos para análises forenses provendo ferramental forense próprio para a realização dos exames toxicológicos, para o Laboratório Geral de Análises Forenses (LGAF) do Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto.