Coronavírus pode se espalhar a partir de cadáveres, diz estudo


Novos estudos científicos afirmam que o coronavírus pode persistir nos corpos de pacientes infectados muito tempo após sua morte e até mesmo se espalhar para outras pessoas. Segundo reportagem do New York Times, publicada pela Folha de São Paulo no último sábado, as mais expostas ao risco são as pessoas que lidam com os cadáveres, como patologistas, médicos-legistas e profissionais de saúde de hospitais e asilos de idosos.

Os especialistas alertam que, embora a transmissão por cadáveres não tenha sido grande durante a pandemia, o risco é real e recomenda ainda mais atenção e cuidados a todos esses profissionais e a seus familiares.

O estudo confirmou que um paciente vivo tem mais chance de transmitir o vírus, mas revelou dados que precisam de atenção: foram analisadas amostras dos narizes e dos pulmões de 11 pessoas que morreram de Covid. Depois de 13 dias, seis corpos ainda conservaram vírus vivos.

Outros experimentos já tinham mostrado que hamsters mortos por Covid ainda podiam transmitir o vírus a outros animais. Quanto mais próximo da hora da morte, maior o risco de infecção, pois os níveis de vírus no corpo ainda são muito altos, disseram os pesquisadores.

A equipe encontrou mais vírus nos pulmões de cadáveres humanos do que no trato respiratório superior. Isso sugere que os profissionais que realizam autópsias devem ser particularmente cuidadosos ao manusear os pulmões.

Os gases que se acumulam após a morte podem ser expelidos por qualquer orifício do corpo, incluindo a boca, e podem transportar vírus infecciosos, disseram os pesquisadores.

Hisako Saitoh, pesquisadora da Universidade de Chiba, no Japão, apontou um estudo da Tailândia que descreve um médico forense teria se infectado durante o trabalho.

A diretora de comunicação do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), Camila Guedes, explica que a pesquisa confirma a necessidade de não se atender casos de morte natural, onde se enquadra a morte por qualquer doença. "Isto é atribuição dos Serviços de Verificação de Óbitos (SVO). A perícia criminal só deve ser acionada quando há um crime", explica.

A diretora acrescenta que a disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados para proteger os profissionais é fundamental, mas não suficiente. "Deve haver também programas de desinfecção dos ambientes em que há contato com cadáveres, bem como investimentos em meios de realizar essa desinfecção nas vestimentas dos funcionários, por exemplo", afirma.

O presidente do SINPCRESP, Eduardo Becker, reforça que a pesquisa cientifica ressalta a necessidade da Superintendência da Polícia Técnico-Científica editar portarias normatizando a atuação dos peritos no Instituto de Criminalística e no Instituto Médico Legal (IML)

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