Coronavírus: Peritos criminais de São Paulo trabalham sem EPIs adequados


Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os trajes Tyvek - macacões brancos utilizados para proteção química e biológica – são um grande aliado de profissionais que estão expostos diariamente ao risco de contaminação pela Covid-19. Mesmo com essa orientação, peritos criminais do Estado de São Paulo continuam trabalhando sem o equipamento.

O Centro de Controle de Doenças (CCD) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que profissionais que atuam no combate do novo coronavírus necessitam de trajes longos com mangas compridas, limpas e descartáveis para diminuir o risco de contaminação, tanto a pessoal quanto a do local (Princípio da Transferência de Locard - https://sciencestruck.com/locards-exchange-principle-in-forensic-science).

Segundo o Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), servidores da Polícia Tecnico-Científica estão trabalhando há muito tempo com trajes de proteção inadequados. Ainda de acordo com a entidade, com a pandemia do novo coronavírus esse risco foi amplificado, pois profissionais que realizam atendimento em locais de crime estão diariamente expostos a contaminação por agentes patogênicos.

 

O presidente do Sindicato, Eduardo Becker, conta que profissionais da saúde e limpeza urbana já receberam o material, no entanto, peritos criminais permanecem sem o equipamento adequado.


Segundo o sindicato, foram disponibilizados aventais de TNT e macacões descartáveis, bem como reutilizáveis (tecido 100% algodação). Esse material, de acordo com a OMS, não é apropriado.

 


Além disso, faltam sapatos e propés (sapatilhas) descartáveis e impermeáveis. "Entendemos que a situação é atípica e que ela vai durar, mas precisamos zelar pela saúde dos servidores da segurança pública, que desempenham função essencial em momentos de epidemia", avalia o presidente do SINPCRESP.

É preciso salientar, no entanto, que estes EPIs já deveriam ser de uso habitual da Polícia Técnico-Científica, que está exposta a outros patógenos. Nesta situação de pandemia, a pronta disponibilidade destes EPIs se torna urgente.

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