Caso Beatriz: perícia é decisiva para levar réu a júri popular


O trabalho da Polícia Científica foi determinante para a Justiça de Pernambuco (TJPE) negar, por unanimidade, o recurso da defesa de Marcelo da Silva, acusado do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, em dezembro de 2015. Com isso, está mantida a decisão de levar o réu, preso preventivamente por homicídio triplamente qualificado, a júri popular.

No recurso, a defesa alegou não haver provas suficientes para comprovar a culpa de Marcelo. Desde o início das investigações, a Polícia Científica, através do Instituto de Criminalística, realizou um trabalho exemplar, utilizando técnicas avançadas de perícia para coletar e analisar evidências cruciais. Entre os métodos empregados, destaca-se o laudo de geolocalização do aparelho celular encontrado com o acusado, que foi elaborado com precisão e clareza, conforme ressaltado pelo procurador Ricardo Vasconcellos Coelho em seu parecer.

No relatório, o procurador enfatizou que "não há motivos plausíveis para se descredibilizar a correta atuação de peritos responsáveis pelo laudo de geolocalização". Ele destacou que os profissionais especificaram, de forma clara e objetiva, todos os métodos e modos como realizaram o georreferenciamento do terminal, com explicações detalhadas e organogramas esquemáticos. Esta prova técnica foi fundamental para a sustentação das acusações contra Marcelo da Silva.

Provas técnicas e testemunhais
Além do laudo de geolocalização, a perícia de DNA desempenhou um papel crucial na identificação do acusado. Através do cruzamento de DNA, a polícia conseguiu ligar Marcelo da Silva ao crime, utilizando amostras coletadas na faca usada para matar Beatriz. Este trabalho pericial foi complementado por exames videográficos, laudos de confirmação de coincidência genética e análises de material, que juntos formaram um conjunto robusto de evidências.

O procurador também destacou que "existem indícios mais do que suficientes" para apontar Marcelo da Silva como o culpado, baseando-se nos laudos periciais e depoimentos testemunhais colhidos tanto em sede policial quanto no curso da instrução do processo. A confissão detalhada do acusado, gravada em vídeo, reforçou ainda mais a veracidade das provas apresentadas.

Reconhecimento e esperança
A decisão do TJPE, embasada no relatório que destaca a qualidade das provas periciais, foi recebida com alívio pela mãe de Beatriz, Lucinha Mota. À imprensa, ela afirmou que "cada avanço no processo representa não apenas um passo em direção à verdade, mas também uma forma de honrar a memória de Beatriz e de todas as crianças que têm direito a um ambiente seguro e protegido".

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