Presidente do SINPCRESP fala sobre a importância da perícia ao site Brasil 247

Eduardo Becker, presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo, fala sobre a importância de manter intacto o material apreendido pela Polícia Federal e como a perícia pode contribuir para a Vaza Jato.

A importância da perícia e como ela contribuiu para identificar os envolvidos no vazamento de mensagens privadas trocadas entre o ministro Sergio Moro e membros da força-tarefa Lava Jato foi tema da entrevista feita pela TV 247, do site Brasil 247, com o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais (SINPCRESP), Eduardo Becker, na tarde desta terça-feira (20).

Becker explicou qual a função do perito na investigação de crimes. “A função do perito criminal é materializar a conduta criminosa, identificar as partes envolvidas, as características do crime e fornecer os subsídios para que o juiz possa avaliar e emitir a sentença”

Sobre o vazamento de mensagens privadas trocadas entre membros da força-tarefa Lava Jato e a identificação dos hackers, o presidente do sindicato falou que toda a ação virtual deixa uma série de rastros que os peritos podem utilizar para identificar os autores e explicou que não há necessidade de perícia no aparelho do ministro, pois a invasão dos hackers foi por meio do aplicativo de troca de mensagens.

A adulteração no conteúdo das mensagens publicadas pela imprensa também foi assunto da entrevista. Eduardo afirmou que é possível identificar através do trabalho pericial se o conteúdo foi adulterado. “O trabalho da perícia é obter as informações que foram copiadas pelo hacker na íntegra e confrontar com o conteúdo das mensagens que só podem ser obtidas acessando o aparelho do ministro”, ressaltou.

Becker explicou que existem diversas formas de acessar um aparelho celular e que o procedimento é simples, no entanto, exige conhecimento. E disse que as pessoas devem ter atenção na proteção dos smartphones, como alterar senhas periodicamente e ativar uma segunda validação de acesso a contas. “O cuidado com o aparelho celular nos dias de hoje deve ser grande”, diz o presidente do sindicato.

Eduardo Becker também falou sobre o deficit de peritos criminais no Estado de São Paulo, que está entre 5% a 10%, e a falta de investimento na categoria. “O crime evoluiu e hoje nós não temos equipamentos suficientes para fazer perícia. Falta investimento na aquisição de aparelhos e programas necessários para o trabalho da perícia e em capacitação”, afirma.

A íntegra da entrevista pode ser vista acessando: https://www.youtube.com/watch?v=iHYTbwAF0xk

Data: 22/08/2019
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