Diretora do SINPCRESP expõe problemas salariais e previdenciários dos peritos criminais
A diretora do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), Camila Guedes, participou do programa Sala de Imprensa, produzido pela a Associação Paulista de Imprensa (API). Na ocasião, expôs os malefícios da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência aos servidores públicos da Segurança Pública e comentou sobre a desvalorização dos profissionais por parte do governo estadual. A atração foi apresentada pelo jornalista e presidente da API, Sérgio de Azevedo Redó, e contou com a participação de outros representantes de classe.
Camila iniciou sua participação falando sobre o reajuste salarial ínfimo anunciado pelo governador João Doria às forças policiais. “Só para trazer um dado concreto, nos últimos cinco anos nós tivemos uma inflação acumulada oficial no Brasil de 33%. Enquanto isso, o nosso salário teve uma reposição nos últimos cinco anos de 10%, ou seja, menos que 1/3 da inflação oficial. O governo não faz essa reposição anual mesmo sendo obrigado pela Constituição. Ele ignora esse fato sempre justificando de alguma forma e nós estamos simplesmente abandonados”, pontuou. “Além disso, ainda fomos surpreendidos com aumento da contribuição previdenciária para 14%, o que vai reduzir ainda mais o nosso salário líquido”, completou.
A perita criminal recordou que o estado de São Paulo é o que mais atende casos no país. “Em relação aos peritos criminais, nós somos o estado que mais emite laudos do Brasil. Comparando-se à região sudeste, por exemplo, São Paulo emite mais que o dobro de laudos de todos os outros três estados somados, então, nossa sobrecarga de trabalho é muito grande”.
A diretora do SINPCRESP comentou ainda sobre as alterações que o governo pretende fazer na Previdência. “Coloco como exemplo as pessoas que entraram depois de 2003 e antes de 2012 que, atualmente, se pudessem se aposentar hoje teriam um cálculo de aposentadoria pela média do salário - não incidindo o teto do regime geral de Previdência”, pontuou. “O governador está propondo que esse cálculo da aposentadoria seja feito pela média multiplicada por 60%, ou seja, vai cair 40% do valor. No meu caso que estou há 13 anos no serviço público, por exemplo, esse valor de aposentadoria, se eu me aposentasse hoje, seria inferior ao teto do INSS, sendo que é descontado do meu salário 11% do salário total, ou seja, mais do que o dobro do desconto do teto. Eu estou perdendo dinheiro e ele está ficando para o governo, isso é confisco”, avaliou.
Também participaram do programa a diretora do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINPDESP), Juliana Ribeiro; o advogado especialista em Segurança Pública e ex-presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arles Gonçalves Junior; o presidente da Organização Nacional de Direitos Humanos dos Agentes de Segurança Pública (ONDHAS), Reinaldo Pereira Zacharias (soldado Zacharias); a oficial administrativa da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Janaína da Cassia; e o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (SINDASP), Valdir Branquinho.