São Paulo reduz R$ 779 milhões no investimento em Segurança Pública


São Paulo, 8 de março de 2018 – Enquanto em todo o país os gastos com a Segurança Pública se mantiveram estáveis ou tiveram leve alta no período, Estados como São Paulo e Rio de Janeiro reduziram em até 9% gastos com o setor. Governo de Alckmin reduziu 6% - incríveis R$ 779 milhões - do montante dedicado ao combate à criminalidade. Em valores absolutos per capita (gasto por habitante) o Estado de São Paulo consegue a façanha de dedicar metade do valor gasto pelo governo do Rio de Janeiro, R$ 254, frente os R$ 511 destinados à segurança do fluminense.

Embora especialistas concordem que gastar dinheiro não seja garantia para a solução dos problemas na Segurança Pública, todos batem na mesma tecla: verbas investidas com inteligência e bom senso são o cerne de efeitos positivos para toda a sociedade. Não é no corte do salário de profissionais, muito menos na não contratação dos mesmos, que está a solução. É o que o governo do Espírito Santo, em exemplo recente, percebeu. Em 21 dias de paralisação da Polícia Militar, 200 mortos e uma alta de 36% no número de homicídios. Enquanto isso, Estados como o Rio Grande do Sul aumentaram seus investimentos e mostraram ideias inteligentes e passíveis de uso em todo o país. Mesmo em grave crise fiscal, os gaúchos cortaram passagens aéreas, horas extras, cargos comissionados e fizeram o importante investimento de R$ 420 milhões na Segurança Pública. Medidas inteligentes que levam a resultados extraordinários.

No que resulta a falta de investimento?

Falta de estrutura, equipamento sucateado, profissionais que dobram jornadas diariamente. Todos problemas que afetam diretamente a maior vítima dessa situação: o cidadão. Faltam viaturas, equipamentos básicos para coleta de provas, prédios estão sucateados. Pelo interior de São Paulo, delegados, peritos criminais e investigadores dobram suas jornadas, ultrapassando horas máximas semanais de trabalho para que possam realizar um bom atendimento à população. Sem contar, claro, a absurda defasagem salarial, que já acumula 5 anos de estagnação frente à inflação.

 “A falta de preocupação do governo de São Paulo com o processo de sucateamento da Polícia Técnica do Estado é alarmante. O corte no investimento feito pelo governo foi maior que toda a verba destinada a Polícia Científica para 2018”, diz Eduardo Becker, presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo. “O governador diminuiu, para 2018, aproximadamente 10% da verba destinada à Superintendência da Polícia Técnico Científica em relação a 2017 e nos ofereceu um reajuste pífio, depois de anos de defasagem salarial. Índice este que apenas servirá para compensar o aumento da alíquota da contribuição previdenciária, previsto para ocorrer 1º de julho”, completa. Para efeito de comparação, o orçamento da Polícia Científica em 2017 foi de R$ 613,3 milhões, contra os R$ 4,1 bilhões da Polícia Civil e R$ 14,8 bilhões da Polícia Militar. Hoje, os salários de algumas carreiras da Polícia Civil e da Polícia Técnico Científica do Estado de São Paulo já são os mais baixos de todo o país.

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